sábado, 3 de agosto de 2013

002-16 América Latina


América Latina: Cuba, Brasil e Argentina



[ Aviso aos navegantes: A partir deste "Post" resolvi facilitar para todos, devido aos problemas desta terrível banda larga do Brasil que está estreita demais e a quantidade enorme de filmes (35) que está história exige. Para que a página abra o mais rápido possível, vocês terão todos os links dos shows e clipes. Clique e abrirá uma nova janela com o filme. Um abraço à todos (as) navegantes. ]


Como já dissemos, graças à "política de boa vizinhança" dos norte-americanos, a cultura de todo o mundo era importada devidamente industrializada e reexportada para todo o mundo.

Esta política ficou bem mais "caliente" com a participação dos ritmos latinos.

Os ritmos cubanos, ou melhor, afro-cubanos, são o que há. Não é façanha alguma um negro tocar simultaneamente ritmos diferentes com as duas mãos e um pé, e tanta riqueza percussiva e rítmica havia de se traduzir em uma infinidade de ritmos, que inclusive sempre chamaram a atenção de roqueiros em geral, por exemplo, o mambo, nascido dentre as religiões afro-cubanas, com nome provavelmente angolano; o bolero, já existente desde meados do século passado e sempre influente até hoje; a salsa, sucesso no mundo todo desde os anos 20 e cujo grande expoente é a cantora Celia Cruz (nasc. cerca de 1925); o son, com influências da Espanha desde o início do século... O rock and roll não poderia ficar imune a sonoridades tão contagiantes, bastando citar exemplos como "Mambo Rock" de Bill Haley, "Tequila" dos Champs, "And I Love Her" dos Beatles e a primeira (e melhor) fase do guitarrista Carlos Santana. E Bo Diddley, único ser humano a dar nome a um ritmo musical, formulou esse ritmo a partir da batida das claves da música cubana.

O violento e passional tango argentino também correu o mundo e se deu bem nos EUA, ganhando logo adaptação ou mesmo composições locais de sucesso, como "Hernado's Hideaway" com Johnny Ray, "Buona Sera" com Louis Prima, "I Get Ideas" (versão de "Adiós Muchachos") com Tony Martin, o trecho em tom menor de "St. Louis Blues" ou a bela "Blue Tango" de Leroy Anderson (veja só, um tango em clima de blues). Os roqueiros não resistiram a brincar um pouco com esse ritmo. Para começar, lembro-me agora de dois tangos-twist, a versão de Chubby Checker de "It Takes Two To Tango" e a italiana "Il Tangaccio" (sucesso no Brasil com os Clevers/Incríveis). Temos ainda um LP do grupo inglês Fleetwood Mac chamado "Tango In The Night" e os mais divertidos "Be-Bop Tango" e "The Sheik Yerbouti Tango" de Frank Zappa.

E ninguém pense que o Brasil só entrou na história do rock como mero "macaco". O samba e o baião fizeram muito sucesso nos EUA (e no mundo todo) nos anos 40/50, não tanto seus intérpretes nacionais, mas os ritmos em si, usados como matéria-prima. "Save The Last Dance For Me", clássico do r and b lançado pelo grupo vocal Drifters, é um baiãozão, com triângulo e tudo, e seus produtores sempre admitiram isso, "we used the baion, a Brazilian rhythm", "Memphis Tenneessee", de Chuck Berry, é outro baião arretado, da época em que nosso amigo pesquisava ritmos latinos em geral. E a bateria de quase todo o rock inglês de 1962-65 nada é mais que baião, pode reparar (exemplos bem claros são "It's Gonna Be All Right" de Gerry and The Pacemakers" e "She Loves You" dos Beatles).

Não é à toa que Raul Seixas gravou "Blue Moon of Kentucky", clássico do country transformado em rock por Elvis, junto com "Asa Branca", tema folclórico adaptado pelo sanfoneiro e cantor Luiz Gonzaga. E quem esquece "Sympathy For The Devil" dos Stones, um samba roqueiro de branco dos melhores?

Depois do samba e do baião, o gênero musical brasileiro que tomou conta do planeta foi a bossa-nova, basicamente uma combinação de samba e jazz (inclusive divulgada lá fora a princípio como "new Brazilian jazz"), cujo grande gênio foi João Gilberto e seu estilo inovador de tocar samba ao violão, como acordes dissonantes e uma ginga toda particular. Não é preciso procurar muito para achar bossa-nova entre o rock and roll, sem pensar muito posso citar dez exemplos: "Bossa Nova Baby" de Elvis, "Sunrise" do Who, "No Return" dos Kinks, "Call Me" com Chris Montez, "Still... You Turn Me on" do Emerson, Lake and Palmer, (e veja este show ao vivo do Greg Lake.), "Step Inside Love", composta por Paul McCartney e hit de Cilla Black, "I'll Never Fall In Love Again", de Burt Bacharach, sucesso com Dionne Warwick, "Busy Doin' Nothin'" dos Beach Boys, "Turn! Turn! Turn!" dos Byrds, as primeiras partes lentas de "Break On Through" e "Light My Fire" dos Doors... sem falar no "revival" da bossa-nova na Inglaterra nos anos 80, com os grupos Everything But The Girl, The Style Council e outros jovens insatisfeitos com o estado da música pop-rock de então.

Não é à toa que os historiadores de hoje em dia tendem à conclusão de que os compositores de maior influência mundial desde os anos 60 sejam a dupla Lennon/McCartney e Mr. Tom Jobim.


No próximo post você verá Itália...


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quarta-feira, 22 de maio de 2013

002-15 África


ÁFRICA,  JAMAICA E CARIBE



Só... estamos entrando na chamada "música do Quarto Mundo", das chamadas Índias Ocidentais, onde as colonizações africana, inglesa e francesa resultaram em novos gêneros, ou melhor, em ritmos muito importantes como o calipso, o beguine e o reggae, o soca e derivados.

O calipso já existe desde cerca de 1900, surgindo na ilha de Trinidad, unindo ritmos africanos com melodias e danças da Venezuela, logo ali em baixo no mapa, havendo ainda influências inglesas, francesas e até irlandesas.

Na virada do século o idioma nacional já não era o dialeto local e sim o inglês. Um dos poucos ídolos locais a atingir notoriedade mundial é o cantor/compositor Lord Kitchener ("Kitch") (nasc. 1921), que chegou a ser um dos favoritos da Princesa Margaret da Inglaterra.


Outro grande nome do calipso é Harry Belafonte (nasc. 1927), nascido em Nova York, mas que morou cinco anos na Jamaica e, após tentar carreira como cantor pop, enveredou pelo folk em 1955 e emplacou de vez com "Banana Boat Day-O",


"Jamaica Farewell"


e outras. Com tanta divulgação, roqueiros brancos começaram a fazer seus próprios calipsos a partir da segunda metade dos anos 60, como "Ob-La-Di, Ob-La-Da" dos Beatles



 (algo a ver com "In The Land of Oo-Bla-Dee",  da grande pianista/compositora de jazz e blues Mary Lou Williams (1910/1981), gravada tanto por ela como pelo trompetista de jazz Dizzy Gillespie em 1949)


O beguine, vindo da Martinica no começo do século, pode ser ouvido em lugares tão diversos quanto "Begin The Beguine" de Cole Porter


 ou o arranjo dos Rolling Stones para "You Better Move On" de Arthur Alexander.



E na Jamaica, uma pequena Bahia logo abaixo de Cuba, consta que só em 1960 se conseguiu gravar r and b, e mesmo assim eram cópias pioradas de som de Nova Orleans, particularmente Fats Domino.


Não conseguindo reproduzir o r and b, os músicos jamaicanos acabaram criando ritmos novos, como o ska, bem puladinho (cujo nome imita o som da guitarra nesse ritmo) e primeiro ritmo jamaicano a fazer sucesso fora da Jamaica. Sucederam-se as variantes deste "r and b errado", como o rock steady, o toast (um avô do rap), o dup (pai do remix e onde, por economia, o lado B do compacto era simplesmente o lado A sem os vocais) e o reggae, surgido em 1968 e do qual falaremos nos anos 70. Oioioio...

No próximo post você verá America Latina ...



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