sábado, 24 de março de 2012

002-10 Zydeco


Neste caso, os negros norte-americanos sofreram influência dos descendentes de franceses deportados em 1713 da Acádia para os EUA, em função do Tratado de Utrecht, entre França, Inglaterra, Espanha e Holanda, tratado este concluído para terminar a guerra de sucessão espanhola; a França manteve todo seu território, mas teve que ceder Gibraltar, Terra Nova e Acádia para a Inglaterra.


Estes acadianos ( ou "acadien", segundo eles próprios) ajudaram a colonizar a região da Louisiana e do Oeste texano, e, graças à pronúncia dos nativos, "acadien" acabou mudando para "cajun". Os negros escravos dessa região chamaram-se "creoles", e por ali se falava inglês, francês e creole (idiomas em que se cantava o cajun), até que um decreto em 1916 obrigou todo mundo a falar somente inglês, o que causou muito ressentimento (por sinal, "Jambalaya", clássico country de Hank Williams, tem sabor cajun até na letra). Veja o vídeo Jambalaya de Hank Williams e também a gravação  de Brenda Lee:


O instrumento mais característico do cajun era o violino, trazido da França, (Veja Zydeco Man - Stevens Mill Band )


até a chegada do acordeão diatônico lá por 1830, (Veja Elvis Fontenot and The Sugar Bees )


substituído por sua vez pelo acordeão-piano no século seguinte. ( Veja Tom Rigney and Flambeau - "Do the Zydeco" )


E o zydeco é uma versão "creole" (ou seja, negra) do cajun, soando curiosamente como uma mistura de blues com nosso forró. Tanto o cajun como o zydeco exerceram muita influência sobre o country e o rhythm and blues.



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002-09 México 03


Continuação 03

Parece-me adequado transcrever uma opinião do crítico Lester Bangs: "Rock and roll" é a mais democrática e "all-American" das artes. Segundo uma teoria, todo o punk rock começa em "La Bamba" de Richie Valens. Considere só o choroso mariachi de três acordes de Valens à luz de "Louie Louie" dos Kinks,



daí considere "Louie Louie" à luz de "You Realy Got Me" dos Kinks,



daí "You Realy Got Me" à luz de "No Fun" dos Stooges,


daí "No Fun" à luz de "Blitzkrieg Bop" dos Ramones,


e note que "Blitzkrieg Bop" se parece muito com "La Bamba". Taí: 20 anos de história do rock and roll em três acordes, tocados mais primitivamente a cada vez que são reciclados.

Mas a influência mexicana não é só "La Bamba". Basta lembrarmos outros ilustres chicanos, como Carlos Santana,


as vozes e violôes do Trio Los Panchos,


Herb Alpert e mil outros, ou o Tex-Mex, gênero tocado por "tejanos", ou seja, texanos de origem mexicana, como Doug Sahm.


Sem falar em Elvis brincando de seresteiro de Acapulco em seus filminhos.




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002-09 México 02


Continuação 02

"Wild Thing" dos Troggs e de Jimi Hendrix,



"Get Off My Cloud" dos Stones,


"Louie Louie" (por sua vez outro grande clássico, que já mereceu um livro só para ele, lançada por Richard Berry em 1956,


regravada por todo mundo e que se derivou em outros clássicos como "The Game of Love" dos Mindbenders,



"Brother Louie" do Hot Chocolate / Stories,


"Plastic People" de Frank Zappa,



"Good Lovin'"dos Olympics e Rascals,


"More Than A Feeling" do Boston,




"Mother Freedom" do Bread e,


repare, "Smells Like Teen Spirit" do Nirvana).



Continua na próxima ...


 

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